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Ambientes Integrados: que tal essa ideia?

A nossa nova colunista, Aline Arruda, explica essa nova realidade que mudou a forma de construir os ambientes

Publicado em 21/02/2020 | Por_Móveis para casa

Aline Pereira Arruda de Oliveira

Concluiu a graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Unifil- Centro Universitário Filadélfia- Londrina-PR em 2015. Ela fez Pós-Graduação em Arquitetura de Interiores: Projetos de Ambientes Comerciais e Residenciais –Unifil em 2016. Trabalhou em escritórios de arquitetura com projetos residenciais e comerciais. Atualmente é proprietária de uma loja/franquia (Mandale Chair Ourinhos) de cadeiras e afins, atuando na arquitetura de interiores.

Antigamente era comum encontrarmos casas ou apartamentos com grandes extensões e com ambientes totalmente separados por paredes. Entretanto, isso mudou conforme as alterações radicais do ritmo de vida da sociedade, refletindo no estilo arquitetônico atual. Não é de hoje que vemos construções cada vez menores com ambientes mais integrados. Em 2020 isso não será diferente. Você também está na onda de ambientes integrados? Que tal algumas ideias para seu espaço?

1 – Primeiro, você precisa saber quando surgiu a ideia de ambientes integrados

A ideia de ambientes integrados surgiu entre 1950 e 1970 em Nova Iorque. Esses espaços, chamados posteriormente de lofts, eram para uso industrial, mas que foram transformados em residências por pessoas ligadas à arte, por executivos dentre outros. Tratavam-se de pessoas que aceitavam e procuravam o novo conceito moderno de viver.

Loft Poblenou- The Room Studio, Espanha- 2019. Fotografia: Mauricio Fuertes
Loft Poblenou- The Room Studio, Espanha- 2019. Fotografia: Mauricio Fuertes

Os lofts, por serem antigos ambientes industriais, ainda que fossem transformados em residências, permaneciam com algumas características industriais, como as paredes de tijolos à vista, estruturas do telhado e iluminação aparentes, e assim por diante, caindo no gosto de diversas pessoas.

2 -Como deixar o ambiente integrado?

O primeiro passo é tirar da cabeça a ideia que devemos ter ambientes separados por paredes, como ocorria décadas atrás. Ambiente integrado sinaliza para locais com menos paredes, gerando uma amplitude visual e física dos espaços, deixando a circulação, atividades e o dia a dia mais prático, mas que exige uma adequação dos moradores. Por isso, é importante frisar que nos ambientes integrados há uma maior dificuldade de se adaptar tudo aquilo que é necessário sem atrapalhar as atividades que serão usuais no ambiente. Por isso será essencial contratar um arquiteto ou profissional da área para que todas as necessidades sejam atendidas de forma adequada, afinal você estará mexendo com a estrutura do imóvel.

Alguns pontos que irão te ajudar a integrar os ambientes:

Apartamento Alto da Lapa- São Paulo- Projeto CR2 Arquitetura, 2017. Fotografia: Fran Parente
Apartamento Alto da Lapa- São Paulo- Projeto CR2 Arquitetura, 2017. Fotografia: Fran Parente

A praticidade hoje é de extrema importância para estilo de vida dinâmico e acelerado da atualidade, o que é maximizado através dos ambientes integrados. Pode-se cozinhar e assistir o telejornal na TV que está na sala integrada com a cozinha, por exemplo. Para a criação do seu ambiente integrado, deve-se elencar quais necessidades devem ser desenvolvidas simultaneamente no seu dia a dia e adaptar isso no mesmo espaço, lembrando que seus ambientes agora vão ser delimitados por móveis. É o sofá que vai estabelecer até aonde vai sua sala; é a mesa que vai mostrar onde vai ser sua cozinha; é uma estante que vai delimitar um escritório e assim em diante.

3 – Onde a integração pode ser utilizada

Não existe regra para isso. Os ambientes mais comuns a serem integrados são: cozinha, sala de TV ou de estar, espaço gourmet, ambientes ditos como espaço social, o local para receber visitas, dentre outros. Porém, se for seguir as ideias de lofts, o dormitório também entrará nesse combo, ou seja, haverá a integração do espaço privado (dormitório) com o espaço social (sala e cozinha). Se você está disposto a integrar, jogue-se na integração!

Apartamento Meine – Novo Hamburgo - Projeto 6mm Arquitetura, 2019. Fotografia: Marcelo Donadussi
Apartamento Meine – Novo Hamburgo – Projeto 6mm Arquitetura, 2019. Fotografia: Marcelo Donadussi
Loft para perto do mar – Florianópolis – Juliana Pippi Arquitetura, 2019. Fotografia: Marina Boro e Marco Antonio


Agora, se você não tem problema com paredes dividindo ambientes, irá se apaixonar por essa integração de espaço. E se você também não tem na cabeça que a TV só pode ficar na sala, que a mesa de refeições possui lugar cativo na cozinha ou até que você pode acordar e ver tudo isso junto e misturado, a integração é seu caminho.

4 – Integração só em ambientes pequenos?

A nova ideia atingiu a maioria das pessoas, seja as que possuem espaços pequenos, seja as com espaços grandes. A diferença é que o ambiente grande, além de ser mais fácil planejar, ficará mais confortável para circulação e até visualmente, o que no ambiente pequeno muitas vezes não se conseguirá com tanta facilidade. Porém, os ambientes pequenos integrados têm um toque de riqueza em detalhes, de ideias atingidas e expostas com mais evidência e de uma funcionalidade simples, o que não é percebido muitas vezes num ambiente mais amplo.

Apartamento Air - Campo Belo - Projeto SP Estúdio, 2019. Fotografia: Nathalie Artaxo
Apartamento Air – Campo Belo – Projeto SP Estúdio, 2019. Fotografia: Nathalie Artaxo
Apartamento BW - Paraíso - Projeto Vapor arquitetura+ Renata Gaia arquitetura, 2019. Fotografia: Lufe Gomes
Apartamento BW – Paraíso – Projeto Vapor arquitetura+ Renata Gaia arquitetura, 2019. Fotografia: Lufe Gomes

5 – Benefícios do ambiente integrado

Além de ser uma ideia despojada, livre e atemporal, o ambiente integrado nos proporciona vários aspectos positivos, dentre eles a praticidade da convivência, que fica de fácil acesso, a todos que transitam no espaço. Afinal, integrar nada mais é que uma forma diferente e interessante de juntar os ambientes.

Outros benefícios a serem destacados são que com a eliminação das paredes a ventilação e a iluminação gerada tornam-se muito melhor e mais interessantes, inclusive com economia de energia ao se usar menos equipamentos para se ter uma temperatura mais amena ou maior fonte de claridade.

Loft VM – São Paulo - Projeto Pacheco Arquitetura, 2018. Fotografia: Kadu lopes
Loft VM – São Paulo – Projeto Pacheco Arquitetura, 2018. Fotografia: Kadu lopes

6 – Não tenha medo de integrar, mas fique atento aos cuidados que devem ser tomados

Com o novo conceito “espaços abertos” alguns hábitos devem ser aderidos, já que os espaços integrados fazem tudo ficar mais exposto, de modo que os ambientes precisam ter uma organização mais efetiva. Outro cuidado que se deve ter é a necessidade de se preencher e delimitar o espaço gerado pela ausência de paredes, o que pode acarretar num custo mais alto para a construção do ambiente. No caso de pessoas com atividades e personalidades diferentes, deve-se ter um zelo maior, pois alguém que gosta do silêncio irá sofrer se conviver com quem gosta de barulho, mas isso pode ser resolvido com a instalação de vidros, painéis e portas móveis, de forma a permitir que se mantenha a integração do ambiente e ao mesmo tempo abafe o excesso de ruído sem atrapalhar a versatilidade do ambiente.

Apartamento Concrete66 – Ucrânia - Projeto Pinchuk Virovtseva Architects, 2019. Fotografia: Andrey Bezuglov
Apartamento Concrete66 – Ucrânia – Projeto Pinchuk Virovtseva Architects, 2019. Fotografia: Andrey Bezuglov

A integração pode ser a solução para os seus problemas. Se você está disposto a aderir esse novo conceito planeje bem e seja feliz em seu novo espaço!

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